Conduta Espírita ante o sexo transviado.

Ouvirás referências descaridosas, em torno do sexo transviado; no entanto, guardarás invariável respeito para com os acusados, sejam eles quais forem.

Muito fácil traçar caminhos no mapa, sempre difícil trilhá-los, debaixo de tempestades, à vezes sangrando as mãos para sanar dificuldades imprevistas.

É preciso saber penetrar fundo nas necessidades do espírito para enxergá-las com segurança.

Aplica a bondade e a compreensão, toda vez que alguém se levante contra alguém, porque em matéria de sexo, com raras exceções, todos trazemos heranças dolorosas de existências passadas, dívidas a resgatar e problemas a resolver.

Muitos daqueles que apontam, desdenhosamente, os irmãos caídos em desequilíbrio emotivo, imaginam-se hoje inchados na virtude, São apenas devedores em moratória, que enfrentarão amanhã, aflitivas tentações e provações, quando soar o momento de reencontrarem os seus credores de outras eras.

Não condenarás.

Enunciando tais conceitos, não aceitamos os desvarios afetivos com sendo ocorrências naturais. Propomo-nos defini-los por doenças da alma, junto das quais a piedade é trazida para silenciar apreciações rigoristas.

Nas quedas de sentimento, há que considerar não somente a fraqueza necessitada de compaixão, mas também, e muito comumente, o processo obsessivo que reclama o socorro ao invés da censura.

Não podemos medir a nossa capacidade de resistência no lugar do companheiro em crise, e, por isso, é aconselhável caminhar com a misericórdia em quaisquer situações, para que a misericórdia não nos abandone quando a vida nos chame ao testemunho de segurança moral.

Se alguém caiu em desvalimento ou desceu a loucura, em assunto do coração, misericórdia para ele! Em todas as questões do sexo transviado, usa a misericórdia por base de qualquer recuperação. E, quando a severidade nos intime a gritar menosprezo, acalentar maledicência, estender escárnio ou receitar punições, recordemos Jesus. Aquele de nós que jamais tenha errado, em nome do amor, seja em pensamento, ou palavra, atitude ou ação, atire a primeira pedra.

Emmanuel

Do livro "Encontro Marcado" de Psicografia de Francisco Cândido Xavier

 

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