Manoel Fernandes Figueira

Espírita e médium atuante no séc. XIX e começo do XX, foi um dos fundadores da Federação Espírita Brasileira.

No Natal de 1.883, quando juntamente com outros companheiros como Augusto Elias da Silva, Francisco R. Quadros, Xavier Pinheiro, Silveira Pinto, Romualdo Nunes e Pedro da Nóbrega, deliberaram fundar uma sociedade destinada a federar todos os grupos por um programa equilibrado e misto. Esses amigos costumavam reunir-se em casa de Augusto Elias, à rua da Carioca nº 120, às terças-feiras para confraternização espiritual e resolveram transformar esse grupo íntimo numa entidade jurídica de vastos horizontes.

Na reunião seguinte de 1º de janeiro de 1.884, aprovaram o plano duma FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. O médium Manoel Fernandes Figueira leu um interessante "acróstico" de "federação espírita brasileira", escrito na véspera, em cujos dois últimos versos se pôde ver a verdadeira finalidade da agremiação:


"Reunindo em um forte, indissolúvel laço,

A crente comunhão espírita brasileira."


No dia 02 de janeiro de 1.884, aclamariam-se o primeiro diretório da F.E.B., (Quadros, Manoel Fernandes Figueira, Silveira Pinto, Xavier Pinheiro e Augusto Elias).

Manoel Fernandes Figueira nasceu à 19 de dezembro de 1.837 na praia de Guaratiba, estado do Rio de Janeiro e desencarnou em 26 de novembro de 1.918 em sua residência, uma chácara no bairro do Rocha na cidade do Rio de Janeiro.

Em 12 de dezembro de 1.888 fundou o "Centro de Estudos Espiríticos", que funcionou na sede da F.E.B., desde a data de sua fundação até janeiro de 1.916, sob sua presidência.

Quando a Federação atravessava em 1.895, uma tremenda crise, Manoel Fernandes Figueira, estava entre os que se decidiram pelo convite à "Dr. Bezerra de Menezes" para que assumisse a presidência da F.E.B. Os outros eram Dias da Cruz, Elias da Silva e Alfredo Pereira.

Em 1.916 no mês de janeiro, passa o Centro de Estudos Espiríticos a funcionar no bairro do Méier, na União Espírita Suburbana, também fundada por ele.

Em 02 de dezembro de 1.929, foi sugerida a mudança da denominação da instituição para "Centro Espírita Fernandes Figueira". Em 06/02/1931 efetua-se o registro do estatuto do "C.E. Fernandes Figueira" no Registro do 3º Ofício de Títulos e Documentos.

Quarenta e nove anos depois o "C.E. Fernandes Figueira" passa a denominar-se "União Espírita Fernandes Figueira e Bezerra de Menezes" em virtude de sua fusão com o Grupo Espírita Bezerra de Menezes, fundado em 26/12/1962, sendo que funciona no bairro do Méier, RJ., até hoje, um dos mais antigos do Brasil com 114 anos de existência.

Foi funcionário da antiga Central do Brasil, e como tinha de viajar constantemente, em virtude de sua profissão, aproveitava para divulgar a Doutrina Espírita pelo Brasil afora.

Em 10/12/1.911, quando era inaugurado o prédio definitivo da Federação, na Av. Passos n° 30 (hoje sede seccional do Rio de Janeiro), proferiu a última alocução do programa festivo daquele evento. Nesta palestra descreveu como foi o surgimento da F.E.B., bem como o advento do Espiritismo no Planeta Terra desde seus primórdios, com muita propriedade, conhecimento e inspiração. Num dos trechos da sua alocução proferiu:

"Espiritismo, ciência divina, laço complacente do plano incomparável da criação, que nos faz prelibar as venturas de uma perfectibilidade desconhecida, a ti meu profundo reconhecimento, admiração e amor !

Seu neto Sylvio Fernandes Figueira vive atualmente em Mogi das Cruzes, SP., bem como vários bisnetos e tataranetos.


Dados compilados de :

Federação Espírita Brasileira (Seccional Rio de Janeiro)

Amélia Rocha D’Abreu (bisneta)

Livro "Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho" Francisco C.Xavier ,espírito de Humberto de Campos.

Livro "Bezerra de Menezes" (Subsídios p/História do Espiritismo no Brasil até o ano de 1.895) Autor: Canuto Abreu.

<<< Voltar para a página biografias