| Franz                    Anton Mesmer Mesmer                      foi o médico austríaco criador da teoria do magnetismo                    animal conhecido pelo nome de mesmerismo. Nasceu a 23   de maio                    em Iznang, uma pequena vila perto do Lago Constance.   Estudou                    teologia em Ingolstadt e formou-se em medicina na   Universidade                    de Viena. Provido de recursos, dedicou-se a longos   estudos                    científicos, chegando a dominar os conhecimentos de   seu                    tempo, época de acentuado orgulho intelectual e   ceticismo.                    Era um trabalhador incansável, calmo, paciente e ainda   um exímio                    músico.
 Em 1775, após muitas experiências, Mesmer reconhece   que pode                    curar mediante a aplicação de suas mãos. Acredita que   dela                    desprende um fluido que alcança o doente; declara: "De                    todos os corpos da Natureza, é o próprio homem que com   maior                    eficácia atua sobre o homem". A doença seria apenas   uma                    desarmonia no equilíbrio da criatura, opina ele.   Mesmer, que                    nada cobrava pelos tratamentos, preferia cuidar de   distúrbios                    ligados ao sistema nervoso. Além da imposição das mãos                    sobre os doentes, para estender o benefício a maior   número                    de pessoas, magnetizava água, pratos, cama, etc., cujo                    contato submetia os enfermos.
 
 Mesmer praticou durante anos o seu método de   tratamento em                    Viena e em Paris, com evidente êxito, mas acabou   expulso de                    ambas as cidades pela inveja e incompreensão de   muitos.                    Depois de cinco tentativas para conseguir exame   judicioso do                    seu método de curar, pelas academias, é que publica,   em                    1779, a "Dissertação sobre a descoberta do magnetismo                    animal", na qual afirma que este é uma ciência com                    princípios e regras, embora ainda pouco conhecida. A   sua                    popularidade prosseguiu por muitos anos, mas outros   médicos o                    taxavam de impostor e charlatão. Em 1784, o governo   francês                    nomeou uma comissão de médicos e cientistas para   investigar                    suas atividades. Benjamin Franklin foi um dos membros   dessa                    comissão, que acabou por constatar a veracidade das   curas,                    porém as atribuíram não ao magnetismo animal, mas a   outras                    causas fisiológicas desconhecidas.
 
 Concentrado no alívio à dor, Mesmer não chegou a   perceber a                    existência do sonambulismo artificial, que seu ilustre   e                    generoso discípulo, conde Maxime Puységur, descobre                    (inclusive a clarividência a ele associada), o qual se                    desenvolve durante o transe magnéticos em certas   pessoas.
 
 Em 1792, Mesmer vê-se forçado a retirar-se de Paris,                    vilipendiado, e instala-se em pequena cidade suiça,   onde vive                    durante 20 anos sempre servindo aos necessitados e sem   nunca                    desanimar nem se queixar. Em 1812, já aos 78 anos, a   Academia                    de Ciências de Berlim convida-o para prestar   esclarecimentos,                    pois pretendia investigar a fundo o magnetismo. Era   tarde; ele                    recusa o convite. A Academia encarrega o Prof. Wolfart   de                    entrevistá-lo. O depoimento desse professor é um dos   mais                    belos a respeito do caridoso médico:
 
 "Encontrei-o dedicando-se ao hospital por ele mesmo                    escolhido. Acrescente-se a isso um tesouro de   conhecimentos                    reais em todos os ramos da Ciência, tais como   dificilmente                    acumula um sábio, uma bondade imensa de coração que se                    revela em todo o seu ser, em suas palavras e ações, e   uma                    força maravilhosa de sugestão sobre os enfermos."
 
 No início de 1814, ele regressou para Iznang, sua   terra                    natal, onde permaneceria os seus últimos dias até   falecer em                    05/03/1815.
 
 Assim foi Mesmer. Durante anos semeou a cura de   enfermos                    doando de seu próprio fluido vital em atitude digna   daqueles                    que sacrificam-se por amor ao seu trabalho e a seus   irmãos.                    Suas teorias atravessaram décadas e seu exemplo figura                    luminoso entre os missionários que sob o açoite das   críticas                    descabidas e as agressões da calúnia, passam incólume                    escudado pelo dever retamente desempenhado. Seu nome   jamais se                    desligar do vocábulo "fluido" e sua vida valiosa                    pelos frutos que gerou, jamais ser esquecida por   aqueles cuja                    honestidade de propósitos for o ornamento de seus   espíritos.                    A sua obra foi decisiva para demonstrar a realidade da   imposição                    das mãos como meio de alívio aos sofrimentos, tal como   a                    utilizavam os primeiros cristãos antigamente e os   espíritas                    atualmente.
   <<< Voltar para a página biografias  |