|                      François                    de FénelonUm                    dos expoentes da Codificação Espírita François                    de Salignac de La Mothe, Duque de Fénelon, nasceu no   castelo                    da família, em Périgord, em 6 de agosto de 1651.                    Desencarnaria em Cambrai a 7 de janeiro de 1715, aos   sessenta                    e três anos de idade. Até                    os doze anos, o menino foi educado em casa. Seu   preceptor - as                    fontes consultadas não lhe mencionam o nome - tinha o   gosto                    pelo latim e o grego, e tratou logo de ensinar essas   línguas,                    para que ele pudesse se familiarizar com as   obras-primas da                    literatura  clássica. Ao                    completar os doze anos de idade, Fénelon passou a   freqüentar                    a Universidade de Cahors, onde concluiria os estudos   de                    filosofia, a que daria continuidade no Colégio Du   Plessis, em                    Paris, foi nesse famoso estabelecimento de ensino que   se                    dedicou à teologia e ficou conhecendo o abade de   Noailles,                    também de família nobre, e que acabaria alcançando os   mais                    elevados postos na hierarquia eclesiástica francesa. Aos                    quinze anos de idade, Fénelon foi incumbido de pregar   seu                    primeiro sermão, com grande sucesso, aliás. Já                    dá pra perceber, logo nesta introdução, que os altos                    escalões da igreja e da política eram constituídos por                    gente de elevada linhagem. Será esse o ambiente em que   se                    movimentará Fénelon pelo resto de sua existência. Do                    Colégio Du Plessis, Fénelon passou ao seminário de                    Saint-Sulpice, então sob a direção de Tronson. Em   1675, o                    jovem seminarista, de vinte e quatro anos de idade,   foi                    ordenado no seminário de Saint-Sulpice. Durante os   próximos                    três anos, desempenharia suas funções eclesiásticas                    juntamente com os demais sacerdotes daquela paróquia.                    Cabia-lhe explicar os textos evangélicos ao público,   aos                    domingos e dias santos. Participava ativamente das   tarefas de                    ensinar o catecismo. A igreja de Saint-Sulpice ainda   conserva                    suas Litanies de L'enfant-Jésus, escritas                      especialmente para os freqüentadores de sua paróquia. Pretendia                    o jovem sacerdote, por essa época, partir para o   Oriente em                    missão apostólica, com o propósito de converter ao                    cristianismo tantos pagãos quantos lhe fosse possível                    alcançar, com o brilho de sua palavra e a amplitude de   sua                    cultura teológica. Mas não seria esse o seu destino,   de vez                    que "Nouvelles catholiques", tratava-se                    de uma instituição incumbida de acolher jovens e   senhoras                    recém-convertidas do protestantismo ao catolicismo, a   fim de                    consolidar nelas a boa e ortodoxa doutrina da igreja.   Objetivo                    paralelo era o de instruir aquelas que se mostrassem   dispostas                    a abandonar a "heresia". Era                    grande a preocupação das lideranças católicas -   Prelados e                    leigos - na salvação das almas que tiveram a   infelicidade de                    se deixar atrair pelas "perigosas" idéias de                    Lutero. Em 1681, o bispo de Sarlat - nobre também ! -   tio de                    Fénelon, renunciou, em favor do sobrinho, ao decanato   de                    Carenas, que rendia de três a quatro mil libras   francesas por                    ano, Fénelon deixou por algum tempo as Novas   católicas, a                    fim de tomar posse do novo cargo, mas logo retornou a   Paris e                    reassumiu a direção da instituição, posto em que                    permaneceria por dez anos. Escreveu                    nesse período, De L'éducation des filles, primeira                      obra significativa em sua carreira de escritor e   educador. O                    livro, solicitado pela duquesa de Beauviller para   orientá-la                    na educação de suas filhas, alcançou grande sucesso,                    tornando-se obra de referência para as famílias da   época,                    bem como texto de consulta para os estudiosos da   pedagogia. Graças                    a sua simplicidade, doçura e caridade, Fénelon obteve                    considerável sucesso na tarefa, conseguindo converter                    rapidamente grande número de pessoas. Fénelon não se   iludiu                    com suas numerosas conquistas, reconhecendo que nem   todas eram                    sinceras. Uma avaliação realista, essa. Com os   protestantes                    em minoria e postos fora da lei, o catolicismo   tornara-se mais                    confortável ou, no mínimo, mais seguro. Mesmo assim,                    acrescenta, o resultado de sua missão foi considerado                    "muito satisfatório". Não                    escapou, no entanto, de algumas críticas. É que as   alas mais                    radicais da igreja atacaram seus métodos de conversão e   o                    consideraram "demasiado condescendentes com os                    heréticos". Ele preferiu não se justificar. Nesse                    ínterim, vagou-se o bispado de Poitiers. O nome de   Fénelon                    foi indicado e o rei concordou, mas a nomeação não   chegou a                    concretizar-se, segundo se diz, por causa das intrigas   do                    nobre senhor de Harlay, arcebispo de Paris, que tinha   lá suas                    divergências com Bossuet, e não via com bom olhos a   amizade                    de Fénelon com o rival. Tudo no melhor estilo da pior                    política de bastidores. Por                    essa mesma época, Fénelon sofreu outro revés. Alguém -                    seria ainda o senhor arcebispo de Paris ? - convenceu o   rei a                    negar-lhe a nomeação como co-adjutor do arcebispo de   La                    Rochelle, que o desejava como colaborador. Pouco                    depois, em 1689, os bons ventos do sucesso voltaram a   soprar a                    favor do jovem prelado. O duque de Beauvilliers,   designado                    "governador" do jovem duque de Borgonha - neto do                    rei e herdeiro presuntivo da coroa - escolheu Fénelon   para o                    honroso cargo de preceptor do príncipe. Como estamos                    lembrados, ele escrevera, a pedido da duquesa de   Beauvillers,                    um livro destinado a orientá-la na educação das filhas   do                    casal. Fénelon                    dedicou-se logo a trabalhar no sentido de corrigir o                    comportamento do príncipe por meio de fábulas, que ele                    próprio ia escrevendo. Escrevia, em seguida, o curioso Dialogues                    des Morts (Diálogo dos Mortos), engenhoso e   criativo                    texto, no qual punha a dialogar personalidades   históricas do                    passado, empenhadas em (re)avaliar seus   próprios(alheios)                    atos e postura. Os                    últimos anos de Fénelon foram entristecidos pelo   desencarne                    de seus melhores amigos. No final de 1710 perdeu Abbe   de                    Langeron, seu companheiro de toda a vida; em fevereiro   de                    1712, desencarna seu aluno, duque de Borgonha. Alguns   meses                    mais tarde, o duque de Chevreuse foi levado, e o duque   de                    Beauvillers seguiu em agosto de 1714. Fénelon   sobreviveu                    somente mais alguns meses. Com ele desapareceu um dos   membros                    mais ilustres do episcopado francês, certamente um dos   homens                    mais atrativos de sua época. Deve seu sucesso   unicamente a                    seus talentos grandes e virtudes admiráveis. Fénelon                    figura na Codificação, em vários momentos, podendo ser                    citado: "O Livro dos Espíritos", onde assina                    Prolegômeros, junto a uma plêiade de luminares   espirituais.                    Igualmente a resposta à questão de nº 917 é de sua                    especial responsabilidade. Em                    "O Evangelho Segundo o Espiritismo", apresenta-se em                    vários momentos, discursando a cerca da terceira   revelação                    e da revolução moral do homem (cap. I, 10); o homem de   bem e                    os tormentos voluntários (cap. V,22 - 23); a lei de   amor                    (cap. XI, 9); o ódio(cap. XII,10) e emprego da   riqueza(cap.                    XVI,13). Em                    "O Livro dos Médiuns", figura no capítulo das                    Dissertações Espíritas (cap. XXXI, 2º parte, itens XXI   e                    XXII), desenvolvendo aspectos acerca de reuniões   espíritas e                    da multiplicidade dos grupos espíritas. Importante                    assinalar que os destaques assinalados são aqueles em   que o                    espírito assina seu nome, devendo se considerar que   deve,                    como os demais responsáveis espirituais pela   Codificação,                    ter estado presente em muitos outros momentos, dando   seu                    especial contributo, eis que foi convidado pelo   Espírito da                    Verdade a compor sua equipe, em tão grandioso   empreendimento.   Fonte:                    Revista Delfos Nº 9 (Ed. Boa Nova)   <<< Voltar para a página biografias  |