| Florence           Cook
            
              | Um ano antes da publicação do Livro dos Espíritos, nascia em Londres    uma menina chamada Florence Cook. O ano, 1856. Na época, os    fenômenos das “mesas falantes e girantes” ainda despertavam o ceticismo das    autoridades e da ciência.Ninguém queria admitir a existência de seres invisíveis, ninguém queria    admitir a possibilidade de sobrevivência da alma.
 Com seus incontestáveis dons que geravam uma miríade de efeitos físicos, Florence Cook ajudou    a combater a incredulidade da ciência. Como reputar como charlatanismo fatos    e fenômenos testemunhados e até fotografados por cientistas respeitáveis?    Como ignorar o então desconhecido “ectoplasma”, substância gerada pelo médium    e intermutada com os espíritos para sua comunicação com os encarnados? Como    não se impressionar com as materializações do espírito Katie King, como    veremos adiante?
 |  Com Florence,  a expressão “after life”, ou “vida após a morte”, passou a ser seriamente  considerada como uma realidade e não produto da imaginação.Desde criança, Florence afirmava ouvir vozes que ninguém ouvia e ver pessoas  que ninguém via. Seus dons começaram a ganhar reconhecimento público quando,  durante uma sessão, ela começou a levitar junto com a mesa, alguns metros acima  do solo.
 Florence também oferecia seu ectoplasma para permitir a materialização de  espíritos.
 Dentre eles, o mais famoso foi o espírito de Katie King, sua guia espiritual  que, quando encarnada, fora esposa de um pirata chamado John King.
 
            
              
                | A presença de Katie impressionava já que, ao    invés da imagem etérea de um espírito, ela parecia de carne e osso e se    movimentava entre os presentes. Katie tocava as pessoas e as instava a    tocarem nela. Nestes momentos, Florence permanecia desacordada.
 A semelhança física entre Florence e o espírito de Katie King despertou a    desconfiança de um dos convidados. Certa vez, ele agarrou o pulso de Katie    berrando que o espírito nada mais era do que Florence disfarçada. A    desastrada interferência fez com que Katie desaparecesse com os presentes    encontrando Florence desacordada alguns metros adiante.
 Testemunha do fato, a escritora Ross Church, afirmava que, embora houvesse    uma certa semelhança facial, Katie e Florence diferiam fisicamente em muitos    aspectos.
 Katie tinha cabelos ruivos, Florence negros.
 Katie era maior e mais pesada. Não havia como se enganar.
 |  |  A fama de Florence chegou aos ouvidos de Sir  William Crooks, um renomado cientista da época. Munido de boa vontade, de uma  câmera fotográfica e de um caderno de anotações, Sir Crookes presenciou e  fotografou as materializações de Katie King. Com o consentimento do  espírito, também fez experiências para se medir as emissões de energia de  Katie, acusada por um galvanômetro.O ilustre cientista ficou convencido da existência de Katie, mas, a despeito de  suas fotos e anotações, foi duramente atacado por seus colegas que o acusaram  até de estar apaixonado pela médium, Florence.
 Em 1875, Katie King anunciou suas despedidas.
 Sua missão com Florence havia chegado ao fim. Anos depois, Florence permitiria  a materialização de outro espírito, chamado tão somente “Mary”, que cantava e  dançava para os presentes. Florence chegou a ir para Berlim, a convite de uma  sociedade científica local, para mais experiências. Depois, abriu mão das  sessões e passou os últimos anos de sua vida em um local afastado das  multidões.
 Florence  Cook veio a morrer em 1904, deixando como legado a aproximação  entre ciência e espiritismo.
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