| Faure da RosaSer espírita em tempos difíceis. O coronel Faure da Rosa é um dos conhecidos   espíritas do                    movimento português de outrora. Na                    qualidade de militar, esteve na Índia, onde foi chefe   do                    Estado-Maior do Quartel-General daquele Governo, tendo   ainda                    exercido as funções de administrador das matas de Goa e   de                    Pragaña-Nogar-Aveli, as de secretário-geral do Governo   de                    Manica e Sofala e encarregado do Governo do mesmo   território                    (Moçambique), assim como as de delegado do Governo   Geral da                    Índia, junto do Governo da Presidência de Bombaim.   Comandou                    a coluna de Oeste, em Timor, aquando das operações de   1912,                    procurando servir a ideia cristã, com o seu exemplo. Ocupou                    outros lugares de relevo, sempre com aquela dignidade   que lhe                    era característica, que lhe permitiu vir a morrer   pobre e em                    paz consigo próprio. Era considerado um espírito culto   e de                    porte elegante. Dedicou-se desde sempre às letras e   aos                    problemas de cultura geral. Publicou em 1908, em Goa                    «Memória sobre a cultura da árvore da borracha» e um   ano                    depois «Memória sobre ensilagem de capim». É                    igualmente atraído pelo teatro. Por volta de 1905, de                    parceria com Henrique Garland, traduziu do inglês as                    comédias «Bebé e Totó» e «A doença da mamã», que                    foram representadas com agrado no Teatro do Ginásio.   Entre                    1927 e 1928 faz a apologia do cooperativismo,   palestrando                    publicamente sobre o assunto e propagando suas ideias   em                    vários jornais, de que se destaca o “República   Social”. No                    entanto, pode-se afirmar que foram os problemas da   alma humana                    e da sua sobrevivência, aquilo que mais o apaixonou,   até ao                    fim da sua encarnação. «No                    livro, na imprensa, em múltiplas conferências, a sua   acção                    de propaganda e de defesa do Espiritismo é vastíssima e                    perdurará no decorrer dos tempos» assim refere a   “Revista                    de Metapsicologia”. Em                    1935 traduziu do francês e publicou «O Além para todas   as                    inteligências» e em 1942 «A Metapsíquica e o   Espiritismo                    à luz dos factos». Da                    sua defesa constante dos valores espíritas é de   destacar uma                    conferência do coronel Faure da Rosa no Condes,   replicando as                    críticas de Pierre Gaumer, feitas no S. Luís. Faure da   Rosa                    desmontou um por um, os argumentos do escritor belga,   que                    tentara denegrir o espiritismo. Numa outra ocasião,   defendeu                    com elegância, mas, sabiamente e frontalmente, a   doutrina                    espírita, quando esta fora atacada nas páginas do   “Primeiro                    de Janeiro” pelo Dr. Duarte Leite, trabalho este que   foi                    publicado em folheto editado pela FEP. Foi                    director da «Revista de Metapsíquica», presidente da                    Assembleia-geral da FEP e presi-dente da própria FEP   por                    várias vezes. Estaria agarrado ao poder? Nem pensar   nisso. Em                    todas as actividades, sempre se esforçou por alcançar a                    concórdia entre todos e bem servir a Federação e a   doutrina                    à qual dedicava grande parte da sua vida. Foi                    colaborador de vários periódicos nacionais e   estrangeiros,                    dos quais se destaca a Revista de Espiritismo,   Mensageiro                    Espírita, Estudos Psíquicos, Região de Leiria e   Revista de                    Metapsicologia, da qual foi director, nos quais   estampava                    sempre os seus raciocínios claros e límpidos, no   sentido de                    bem divulgar os seus conhecimentos doutrinários. Segundo                    os cronistas da época, o coronel Faure da Rosa tinha a                    bondade como dom natural, apesar da firmeza com que   sempre se                    fazia notar na defesa dos princípios doutriná-rios.   «Nunca                    lhe ouvimos uma palavra de malquerença contra ninguém;   sabia                    perdoar àqueles que o ofendiam», assim podemos ler na                    Revista de Metapsicologia. Desencarnou                    em 8 de Novembro de 1950, tendo sido um marco do   florescente                    movimento espírita português, ao tempo do Estado Novo. <<< Voltar para a página biografias  |