O Resultado Do Nosso Aprendizado  

 Humberto Mendes                                                    

Estudando o capítulo VI de O Evangelho Segundo o Espiritismo  e nunca é demais voltarmos sempre a este célebre ensinamento do Espírito da Verdade analisando-o à luz do nosso desenvolvimento como aprendizes da doutrina, para ver o que temos de fato aprendido e compreendido, após algum tempo de estudo no Centro ou  na simples leitura que fazemos do Evangelho Segundo o Espiritismo e de outras obras da codificação.

Estamos aprendendo, sim, e um exemplo como o que damos a seguir, nos mostra que mesmo um tanto pretensiosa, esta assertiva é verdadeira e nos anima a continuar aprendendo, para quem sabe, amanhã, começar a  ensinar. 

Depois de passar por várias igrejas e outros lugares de todos os matizes em busca de solução para nossos  problemas, curas diversas e salvação e não ter encontrado resposta, satisfatórias, chega no Centro Espírita uma pessoa com todos os problemas insolúveis do mundo. Convenceram-na de que ela “está com encosto e que não tem jeito. Tem que ir num Centro e se desenvolver, pois só um trabalho de peso, feito por médiuns fortes é que poderá livrá-la daquela coisa encostada...” 

Se for um bom Centro Espírita e não um lugar, de práticas litúrgicas exacerbadas,  de fanáticos,  curiosos e vendedores de indulgências, essa pessoa será recebida com muito amor, com atenção e mais do que isso, com a compreensão dos seus problemas, pois só assim será possível orientá-la a refletir sobre a vida que está vivendo,  e fazê-la  entender que ninguém além dela, nem mesmo Deus, tem a responsabilidade de tirá-la de tal situação. 
 
O que fazer com uma pessoa que esteja nessas condições? É aí que vamos  medir o nível de aprendizado a que chegamos, ou a que estamos chegando.
 
Antes de tudo é preciso procurar avaliar o seu grau de entendimento do que é a doutrina. E esse não é um  trabalho tão difícil de se fazer. Vejamos: como geralmente as pessoas já chegam no Centro com alguma noção de vida futura, seja por terem lido algum livro do chamado marketing espiritualista, ou por terem assistido a uma das várias novelas que tratam  do assunto, o próximo passo é mostrar a essa pessoa que ela é um espírito encarnado, como qualquer um de nós e, como tal, não reencarnou aqui nesta esfera  por brincadeira, por castigo, ou mesmo para tirar umas férias, mas sim, para crescer e evoluir na sua condição de espírito, tendo em vista se preparar para a vida futura de que ela já tem conhecimento. A visão que essa pessoa tenha de vida futura não deve nos preocupar, pois nesse caso, a forma é menos importante que o conteúdo. E convenhamos com o tempo ela vai acabar entendendo.

Não é tão difícil conversar nestes termos, como também não é difícil mostrar para ela que o seu problema, não fugindo muito daquilo que tem em mente, ( a idéia de encosto e outras baboseiras que lhe enfiaram goela a dentro) é, de fato, um problema de sintonia com alguma coisa negativa, sem a menor serventia para a sua vida.
 
Assim, considerando a questão sintonia como válida e aceita, é possível passar para essa pessoa que ela pode estar sintonizada com o bom ou com o ruim, entenderá, com alguma facilidade, que deu sintonia, ou que abriu a guarda para o que não lhe servia. A partir desse ponto é perfeitamente possível mostrar-lhe que isso está acontecendo porque o espírito que ela é, está  fragilizado, abriu a guarda e sintonizou-se com  aquilo que não serve para si.  A recomendação, nesse caso é a prece. A boa e velha prece. É o celebre Orai e Vigiai que já lemos tantas vezes no Evangelho.

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