Livre-Arbítrio

Humberto Mendes

Todos nós sabemos o que é livre-arbítrio. Sabemos?

Na dúvida, recorremos ao mestre Aurélio e vimos que, em se tratando de gente como nós, livre é todo aquele “que goza de liberdade pessoal”, “pertencente ou relativo aos que gozam de liberdade pessoal”,”que não é proibido”, “espontâneo” e assim sucessivamente.

E aí, fomos atrás de livre-arbítrio, no mesmo dicionário e, lá encontramos a seguinte definição:

“faculdade do homem de determinar-se a si mesmo”

Nós que vivemos estudando e aprendendo espiritismo, esta doutrina que escolhemos para nortear nossas vidas, sempre nos deparamos com algum tipo de discussão que lamentavelmente, às vezes chega a se tornar tola, infantil e até fastidiosa em torno de assuntos importantes como este,  contrariando os objetivos que nos levaram a buscar o estudo, porque nós, erroneamente, por pensar que tudo sabemos, não queremos nos dedicar a uma avaliação mais aprofundada do tema, ou trocando em miúdos, o que quer dizer exatamente, ser livre ou poder determinar-se a si mesmo? Ou ainda: o que é livre-arbítrio, de onde vem e que tem a ver com a nossa vida?

Como não sou nenhum letrado em filosofia, vou procurar simplificar um pouco mais, dentro do parco entendimento que tenho do assunto, colocando uma proposta na qual aplico toda a minha simplicidade de compreensão das coisas da existência que estamos vivendo atualmente, aqui na esfera terrestre.

Como espíritos que sempre fomos e sempre seremos, há algum tempo, lá atrás, na erraticidade pedimos mais uma oportunidade de reencarnar na matéria, para atuando sobre ela, cumprirmos uma existência na qual pudéssemos, por exemplo,  acertar compromissos e terminar tarefas que não terminamos em existências anteriores.

Ora, analisando à luz da razão,  se nós pedimos uma chance de viver uma nova existência,  foi porque lá, na espiritualidade, já contávamos com esta faculdade que está em discussão, o livre-arbítrio.

Pensando bem, se não fosse assim, seriamos espíritos indefinidos e não passaríamos de autômatos na condição de   espíritos. E, por outro lado,  seríamos inúteis, insignificantes e sem nenhuma razão de existir como seres humanos

 Consequentemente, a pluralidade das existência perderia o sentido e ninguém teria porque pedir para reencarnar?

Então meus amigos e irmãos, o livre arbítrio é uma faculdade que já trazemos ao nascer e sendo assim, vem antes de nossas ações, de nossas atitudes, de nossa vontade de fazer isso ou aquilo, tem a mesma, ou até mais velocidade que o nosso pensamento, uma vez que vem antes mesmo de nossa intenção, ou vontade de agir de forma certa ou errada...

O aprendizado que fazemos da doutrina, dentro de um centro espírita ou não, tem uma enorme importância, pois é com esse aprendizado que entendemos que nossos erros e acertos estão intrinsecamente ligados ao bom ou ao mau uso que fizermos dessa faculdade, cuja função é exatamente nortear tudo o que fazemos durante as nossas existências...

Ora, se entendemos assim, podemos fazer um esforço para otimizar nossos acertos e minimizar os nossos erros.

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